Crédito pessoal para automóveis: vale a pena?
Sabias que é possível pedir um crédito pessoal para qualquer finalidade? Descobre se compensa na hora de comprar um automóvel.
No momento de comprar um carro, seja novo ou usado, uma das principais questões é como o pagar. Descobre o que é um crédito pessoal e como escolher.
O que é o crédito pessoal?
O crédito pessoal é uma forma de financiamento que adianta uma determinada quantia sem uma finalidade específica. Dito doutro modo, por ser um crédito pessoal, podes fazer o que quiseres com o montante emprestado, como, por exemplo, comprar um carro novo ou usado.
Contudo, a forma de financiamento mais utilizada para comprar um carro é o crédito automóvel e não o crédito pessoal. Porquê? Geralmente, o crédito automóvel, por se destinar especificamente para a compra de um veículo, oferece condições mais vantajosas do que o crédito pessoal; nomeadamente, taxas de juro mais baixas. Todavia, podem existir situações em que poderá compensar optar pelo crédito pessoal.
Quais as vantagens do crédito pessoal para adquirir automóveis?
Embora o crédito pessoal para automóveis não seja tão competitivo quanto o crédito automóvel, tem a vantagem de o acesso ser mais fácil e ser mais abrangente.
Assim, o empréstimo pessoal para adquirir automóveis destaca-se pelas seguintes vantagens:
- Pode ser utilizado para qualquer finalidade (como comprar um carro novo ou usado).
- Como não está vinculado à compra de um carro, não é necessária uma entrada inicial – apenas o limite de capital definido pela financiadora.
- És o proprietário do automóvel desde o momento da compra (o que não acontece com o ALD ou o Leasing).
A principal desvantagem, e que geralmente é a que pesa mais na balança final, é que envolve juros mais caros. É certo que tens mais tempo para pagar o carro, pagas menos por mês, mas, feitas as contas, o carro acaba por ficar mais caro.
Como escolher um crédito pessoal para adquirir automóveis?
Se chegaste à conclusão de que um crédito pessoal é o mais indicado para ti, vê como fazer a melhor escolha.
1. Faz uma pesquisa
Começa por procurar as condições de diferentes instituições bancárias para comparar e avaliar a mais vantajosa. Mesmo que as primeiras que encontres te pareçam um bom negócio, gasta algum tempo numa pesquisa exaustiva. Desta forma, terás maior garantia de que a decisão final é mesmo a mais acertada para ti.
Faz várias simulações, compara e analisa todas as características do produto. Começa por verificar as condições do teu próprio banco, dado que, por vezes, tendem a oferecer condições mais vantajosas a quem já é cliente.
2. Considera as taxas de juro
Este é um dos fatores mais importantes a considerar na escolha de um crédito pessoal (ou qualquer outro crédito). Em regra, quando mais baixa for a taxa de juro, menos pagas pelo crédito.
Para fazeres esta verificação, consulta com atenção a FIN (Ficha de Informação Normalizada), que todos os bancos são obrigados a fornecer. Este documento especifica a Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG), que representa a soma de todos os encargos associados ao crédito. Podes encontrar variações muito díspares, pelo que é importante escolher uma opção que seja competitiva.
3. Verifica as comissões
As comissões são encargos frequentes no momento de contratar um crédito, mas devem ser analisadas com cuidado. Na verdade, um crédito que, à partida, parece mais vantajoso pode deixar de o ser assim que são tidas em conta as comissões.
Assim, procura designações como “abertura de processo”, “estudo” ou “formalização”, e verifica os valores associados. Desta forma, estarás em melhores condições para avaliar se estás, efetivamente, perante um crédito mais barato.
4. Considera o MTIC
O MTIC é a sigla para Montante Total Imputado ao Consumidor, e diz-te quanto vais pagar realmente no final do contrato. É um dos indicadores mais completos, uma vez que soma o montante financiado com todas as despesas, como os impostos a pagar, as comissões bancárias e outros encargos. Assim, não olhes só para o valor da prestação mensal, mas considera também o MTIC, e terás uma noção real de tudo o que vais ter de pagar para obter o crédito.
5. Atenção aos seguros
Não é incomum que, na altura de contratar um crédito pessoal, te seja proposta a subscrição de seguros (de vida, desemprego ou doença). A finalidade dos seguros é dar mais uma garantia à instituição de que vais pagar o empréstimo. Com esta garantia, os bancos tendem a baixar a taxa de juro.
Contudo, confirma se subscrever um seguro resulta, efetivamente, numa vantagem e não acaba por tornar o crédito mais caro. Podes ainda procurar seguros noutras entidades, que sejam mais favoráveis e que cubram na mesma os requisitos do banco.
6. Baixa a tua taxa de esforço
Ter uma taxa de esforço alta dificulta a obtenção de um crédito: significa que incorres num esforço para responder a um novo compromisso financeiro, o que aumenta a probabilidade de entrares em incumprimento. Normalmente, as entidades bancárias fazem este cálculo e, se o resultado se situar acima dos 33%, podes ser considerado um cliente de risco e o crédito pode não ser aprovado.
Assim, tenta baixar a tua taxa de esforço reduzindo as despesas fixas. Se tiveres outros financiamentos em curso, também poderás fazer uma consolidação de créditos para reduzir o total das mensalidades a pagar.
7. Negoceia
Ao contrário do que se possa pensar, há alguma margem de manobra do que diz respeito a negociações com os bancos. Se já fores cliente, tenderão a tornar o processo mais flexível para te manter fidelizado. Se optares por um crédito de taxa variável, tenta obter um valor mais baixo de Spread, que, por ser a margem de lucro do banco, não está condicionada a fatores externos e, por isso, pode ser gerida de forma mais livre pela entidade financeira.
Encontrar o crédito pessoal mais adequado para a tua situação financeira envolve tempo, dedicação e bastante pesquisa. Contudo, pode ser decisivo para a compra de um carro. Toma a decisão mais acertada para ti, fecha um bom negócio e boas viagens!