A eletrificação veio para ficar, mas as baterias dos carros elétricos ainda levantam muitas dúvidas – e alguns mitos.

Praticamente todas as marcas estão a apostar na eletrificação. Mas para muitos condutores, há mais dúvidas do que certezas. Ainda subsistem vários mitos – alguns com um fundo de verdade, outros nem tanto – que devem ser esclarecidos para saber se um veículo elétrico ou híbrido é a melhor escolha para cada caso. Descobre o que são exatamente as baterias de carros elétricos, como funcionam e distingue a realidade da ficção.

O que são baterias de carros elétricos?

As baterias de carros elétricos acumulam a eletricidade que é transmitida ao motor para que o veículo possa circular. Este tipo de bateria auto difere dos carros convencionais na medida em que não recorrem a combustíveis fósseis para alimentar o motor, bastando para isso a energia elétrica fornecida pela bateria.

O resultado é uma circulação livre de emissões de CO2 e outros poluentes para a atmosfera, como monóxido de carbono, hidrocarbonetos, dióxido de enxofre e óxido de nitrogénio. As baterias de carros elétricos tornam tudo isto possível e eliminam a dependência dos combustíveis fósseis.

Como funcionam as baterias de carros elétricos?

As baterias de um automóvel elétrico têm um funcionamento semelhante ao de qualquer outra bateria, como as que são utilizadas nos smartphones. Uma bateria é simplesmente um dispositivo que armazena energia química e a converte em eletricidade. Isto acontece sempre que existe uma diferença de carga entre os dois extremos da bateria, o polo positivo e o negativo.

Quando a bateria está a alimentar um dispositivo (ou um carro), os eletrões acumulados no polo negativo são conduzidos até ao polo positivo. Este processo ocorre, por exemplo, quando o pedal do acelerador é pressionado, e a bateria auto fornece energia ao motor. Gera-se assim uma corrente elétrica que pode ser utilizada para mover o carro.

Quando a bateria está a carregar, a energia fornecida pelo carregador faz regressar os eletrões do polo positivo para o negativo. É o que acontece ao carregar num posto de abastecimento elétrico. A bateria pode ainda ser carregada através do sistema de travagem regenerativa. Neste caso, a travagem recupera a energia que seria perdida nas pastilhas dos travões e armazena-a na bateria, o que aumenta a autonomia do veículo elétrico.

Cada bateria elétrica tem uma quantidade de armazenamento específica, medida em kWh (kilowatts por hora). A título de exemplo, se a bateria de um carro elétrico tiver a capacidade de 100kWh, isto significa que a bateria consegue fornecer 100 kilowatts de energia durante uma hora. Geralmente, as baterias de carros elétricos estão localizadas debaixo do habitáculo, entre os eixos do carro.

Tipos e características das baterias para carros elétricos

A maior parte dos carros elétricos utiliza dois tipos de baterias: iões de lítio (mais frequentes nos veículos 100% elétricos) e de níquel (comuns nos veículos híbridos). Contudo, existem outros tipos também disponíveis no mercado. Estes são os tipos e características das baterias para carros elétricos.

1. Baterias de chumbo

Estas baterias são já bem conhecidas da maioria dos condutores e equipam praticamente todos os veículos, mesmo os que não são elétricos. Funcionam como baterias de arranque nos veículos convencionais e equipam alguns veículos elétricos. São as mais baratas e as mais antigas. São também seguras, apesar de terem um tempo de vida mais curto e menor desempenho em temperaturas baixas.

2. Baterias de iões de lítio

Estas baterias de carros elétricos são as mais recentes e, provavelmente, a melhor opção do momento. Dado que recorrem ao lítio, conseguem proporcionar energias altas, de forma eficiente, o que gera mais ciclos de vida, permite fazer menos manutenção e facilita a reciclagem. Contudo, tem ainda grande margem para evoluir, facto que continua a merecer a atenção dos fabricantes.

3. Baterias de níquel

Este tipo de baterias distingue-se pela robustez e pelo preço mais económico. Suportam descargas profundas e apresentam um desempenho excelente em locais com temperaturas baixas. Têm, contudo, uma reduzida capacidade de recarga, o que significa que duram menos tempo.

Qual o verdadeiro impacto ambiental das baterias elétricas?

Embora os carros elétricos emitam menos CO2 durante a condução, o processo de fabrico das suas baterias, sobretudo as de iões de lítio, levanta algumas preocupações ambientais. A extração de lítio, cobalto e níquel pode ser bastante intensiva em termos de recursos, exigindo grandes quantidades de água e energia, além de estar associada a práticas de mineração que, em alguns casos, afetam negativamente comunidades locais e ecossistemas.

Contudo, vale a pena salientar que a vida útil destas baterias tem vindo a aumentar, o que dilui o impacto ambiental ao longo dos anos de utilização. E, além disso, várias empresas estão a investir fortemente na reciclagem e reutilização de baterias, o que ajuda a mitigar parte dos efeitos negativos. A longo prazo, a eletrificação do transporte ainda é uma das melhores apostas para reduzir as emissões globais, desde que a energia usada para carregar os veículos provenha de fontes renováveis.

Opções de carregamento

Desde carregar tranquilamente em casa até aos carregamentos rápidos para viagens longas, estas são as opções de carregamento mais comuns.

Postos de Carregamento Normal (PCN)

• Potência: até 22 kW
• Tempo de carregamento: até 8 horas

Os postos de carregamento normal (PCN) são a opção mais comum e muitas vezes a escolha ideal para quem tem tempo para carregar o carro sem pressas. Estes postos têm uma potência até 22 kW, o que resulta num carregamento mais lento em comparação com outras alternativas. Num PCN, pode esperar um tempo de carregamento total de até 8 horas para uma bateria com capacidade típica, dependendo sempre do modelo do carro e da sua bateria.

Este tipo de carregamento é ideal para o dia a dia, especialmente se fazes trajetos curtos e consegues deixar o carro a carregar durante a noite ou enquanto trabalhas. Embora não seja a opção mais rápida, é eficiente e protege a bateria de sobrecargas frequentes, prolongando a sua vida útil.

Postos de Carregamento Rápido (PCR) e Semirrápido

• Potência: de 22 a 50 kW
• Tempo de carregamento: de 20 a 45 minutos

Se precisas de carregar o carro com mais urgência, os postos de carregamento rápido (PCR) e semirrápidos são a escolha certa. Os semirrápidos operam com uma potência superior a 22 kW e conseguem carregar a bateria do carro para cerca de 100 quilómetros de autonomia em aproximadamente 45 minutos. Já os postos de carregamento rápido têm potências superiores a 50 kW e podem reduzir o tempo de carregamento para 20 a 30 minutos, oferecendo a mesma autonomia de 100 quilómetros.

Estes postos são perfeitos para situações em que precisas de continuar viagem rapidamente, como paragens em áreas de serviço durante viagens longas. No entanto, é importante usar este tipo de carregamento com alguma moderação. Embora seja muito prático, o carregamento rápido pode aquecer demasiado a bateria, acelerando o seu desgaste ao longo do tempo. Assim, deve ser encarado mais como uma solução para emergências ou viagens imprevistas, em vez de uma rotina diária.

Postos de Carregamento Domésticos (Wallboxes)

• Potência: até 22 kW
• Tempo de carregamento: até 8 horas

Para quem prefere o conforto de carregar o carro em casa, as wallboxes são a solução ideal. Com potências entre 7,4 kW e 22 kW, permitem um carregamento seguro e relativamente rápido, especialmente durante a noite, quando as tarifas de eletricidade são mais baixas. As wallboxes são particularmente práticas para quem tem uma garagem ou vive numa moradia, uma vez que podem ser instaladas de forma relativamente simples e trazem muita conveniência ao dia a dia.

Se vives num prédio ou condomínio, podes ainda assim instalar uma wallbox, desde que o edifício tenha a infraestrutura necessária e o condomínio aprove a instalação. Esta opção doméstica permite ter sempre o carro pronto para sair de casa com a bateria carregada, sem depender de postos de carregamento públicos.

Postos de Carregamento Ultrarrápido (PCUR)

• Potência: até 600 kW
• Tempo de carregamento: até 10 minutos

Os postos de carregamento ultrarrápido são o próximo nível em termos de velocidade de carregamento. Com potências que vão até 600 kW, permitem carregar 100 quilómetros de autonomia em apenas 5 minutos. Esta infraestrutura começou a crescer bastante a partir de 2022, com mais postos ultrarrápidos a serem instalados em áreas de serviço e zonas urbanas.

Esta tecnologia está a tornar-se cada vez mais comum, o que é uma excelente notícia para quem percorre longas distâncias com frequência e quer reduzir ao máximo o tempo de paragem para carregar. Tal como os postos rápidos, os ultrarrápidos devem ser usados estrategicamente, evitando o seu uso diário para preservar a longevidade da bateria.

Quanto tempo dura uma bateria elétrica?

A duração das baterias de carros elétricos é muito variável, o que gera também preços finais bastante diversificados. Em regra, quanto maior for a capacidade e autonomia da bateria, mais cara é a bateria e o veículo.

Contudo, a bateria elétrica é um dos componentes do carro elétrico que mais dura. Ainda que vá perdendo a sua capacidade ao longo dos anos de utilização, a redução é pouco significativa. Aliás, há baterias de carros elétricos que mantêm 70% da sua capacidade mesmo depois de decorridos 7 ou 8 anos.

Por isso, na atual geração de carros elétricos, as baterias conseguem durar durante o período de vida do veículo, com um nível de degradação de apenas 20 a 30%. Dito doutro modo, o eventual desgaste não inviabiliza uma boa utilização do carro. Além disso, a maior parte das marcas oferece uma garantia de cerca de 8 anos ou 160 mil quilómetros, com capacidade de 70%, pelo que terás autonomia suficiente para fazeres as viagens que precisares.

Quanto custam as baterias de carros elétricos?

Não existem valores tabelados quanto aos custos de baterias de carros elétricos, pelo que as marcas têm a liberdade de definir os preços associados. Contudo, em média, o custo de trocar uma bateria de carro elétrico, considerando a capacidade de 24 kWh, situa-se nos 3 mil euros, podendo chegar aos 7 mil euros para baterias de 62 kWh.

Todavia, considerando a rápida evolução desta tecnologia e a crescente procura por carros elétricos, a tendência é que as baterias dos carros elétricos sejam progressivamente mais acessíveis.

Como prolongar a vida útil de uma bateria de carro elétrico?

Quando as baterias são bem cuidadas, duram mais. Toma nota de como verificar a bateria do carro elétrico para prolongar a sua vida útil.

• À semelhança do que acontece com os computadores e os telemóveis, não deixes que a carga se esgote completamente. Carrega quando atingires os 20%.
• Sempre que possível, evita estações de carregamento rápido – importante para prolongar a autonomia de carros elétricos. Se tiveres de o fazer, nunca o faças duas vezes no mesmo dia. Caso contrário, podes degradar a capacidade e o rendimento da bateria.
• Adota uma condução mais económica. Por exemplo, acelera e trava com suavidade, sempre que possível. Conduz em modo Eco, se o teu carro tiver esta funcionalidade. Escolhe uma regeneração mais forte nas descidas e em condução urbana, e mais suave em autoestradas.
• Evita estacionar ao sol para não acelerar a degradação da bateria. Faz o carregamento à noite ou num local mais protegido, como uma garagem, e tirarás melhor partido da autonomia de carros elétricos.

Como avaliar a condição de uma bateria?

Garantir que a bateria elétrica está em boas condições é essencial, especialmente se estás a considerar comprar um carro usado ou simplesmente queres ter a certeza de que a bateria está a funcionar como deve.

Analisa o estado de saúde (SoH) da bateria

O primeiro termo que deves conhecer é o “Estado de Saúde”, ou SoH (State of Health). Basicamente, o SoH indica a percentagem da capacidade original da bateria que ainda está disponível. Por exemplo, se o SoH da bateria for de 90%, isso quer dizer que a bateria ainda tem 90% da sua capacidade original. Isto afeta diretamente a autonomia do carro, ou seja, quantos quilómetros consegue percorrer com uma carga completa.

Naturalmente, uma bateria com um SoH de 100% é raro depois de alguns meses de uso, porque todas as baterias vão perdendo capacidade ao longo do tempo, e com os ciclos de carga e descarga. Saber o SoH é especialmente importante se estiveres a comprar um carro elétrico em segunda mão, já que pode ajudar a avaliar se o preço faz sentido ou não.

Faz uma estimativa da autonomia

Uma forma simples e rápida de avaliar o estado da bateria é verificar a autonomia indicada no painel do carro. Quando a bateria está carregada a 100%, compara o número de quilómetros indicados com os que o fabricante promete para esse modelo com uma bateria nova. Se o valor for significativamente mais baixo, é sinal de que a bateria já perdeu alguma capacidade.

Caso o carro não esteja completamente carregado, podes fazer um cálculo rápido: anota o nível de carga atual e a autonomia correspondente, depois extrapola esse valor para perceber qual seria a autonomia com 100% de carga. Claro que este método não é infalível, pois a autonomia pode variar dependendo de como o carro foi conduzido recentemente, das condições climáticas ou se a bateria ainda não passou por um ciclo completo de descarga e carga. Mesmo assim, pode ser uma boa indicação inicial.

Acede aos dados internos do carro

Se quiseres ir mais longe, pode aceder aos dados internos do carro através de ferramentas de diagnóstico. Estes dados fornecem informações mais detalhadas, como o número de ciclos de carga e o SoH calculado pelo próprio sistema do carro. Alguns modelos de carros elétricos já vêm equipados com um indicador de saúde da bateria, o que facilita esta verificação.

No entanto, é bom ter em mente que os fabricantes podem ser otimistas nas suas estimativas, especialmente quando se trata de cumprir garantias. Portanto, os números que vês no ecrã podem não refletir com total precisão a condição real da bateria. Ainda assim, esta análise é útil para ter uma ideia mais detalhada.

Faz um teste da bateria

Se estiveres disposto a investir um pouco mais, podes monitorizar a bateria enquanto o carro está em funcionamento. Este tipo de teste acompanha a performance da bateria ao longo de um ciclo de carga e descarga, identificando possíveis problemas de desempenho que não são visíveis apenas com a leitura de dados.

Embora estes testes sejam mais caros (podem custar algumas centenas de euros), oferecem uma visão detalhada da saúde de cada módulo da bateria. É uma opção ideal se quiseres ter a certeza absoluta de que a bateria está em boas condições e preparada para o futuro.

Inspeciona a bateria

Além das verificações técnicas, uma inspeção física da bateria é sempre uma boa ideia. Isto envolve levantar o capot e verificar se há sinais de danos físicos, como impactos, corrosão ou falhas na estrutura. Estes problemas podem não ser detetados através de dados, mas podem ter um impacto significativo no desempenho da bateria e na segurança do veículo. Qualquer dano visível deve ser levado em consideração, especialmente se estiveres a negociar a compra de um carro usado.

6 mitos sobre baterias de carros elétricos (e como surgiram)

As baterias de carros elétricos têm suscitados vários mitos que é importante clarificar. São estes os mais comuns.

1. As baterias de carros elétricos viciam

Apesar de esta frase não ser um mito, pode quase funcionar como se fosse, porque aqui a questão é outra. Todas as baterias viciam, mas, no caso dos carros elétricos, estas foram feitas para durar muito tempo e ter um desgaste pouco relevante (20 a 30% após cerca de 8 anos). Além disso, muitos fabricantes oferecem garantia.

2. O lítio é um recurso escasso e vai acabar

Mito! O lítio não é um recurso escasso, sendo até abundante na crosta terrestre do nosso planeta. O facto de as baterias serem recicladas permite ainda o seu reaproveitamento até 97%. No entanto, o processo de mineração do lítio é poluente para o ar e solo.

3. As baterias de carros elétricos podem explodir

Não é um mito, mas é importante clarificar. A bateria de um carro elétrico pode explodir tanto quando um carro a combustão. Além disso, um veículo elétrico não se incendeia com tanta facilidade que um não elétrico. Os fabricantes equipam as baterias com mecanismos que permitem o seu arrefecimento, o que diminui a probabilidade de explosão a níveis residuais.

4. É difícil encontrar postos para carregar as baterias dos carros elétricos

Na verdade, é cada vez mais fácil encontrar posto de carregamento de carros elétricos. Muitas áreas de serviços, hotéis, centros comerciais, hipermercados e parques de estacionamento disponibilizam estes postos. Além disso, a rede continua em rápido crescimento, sendo que podes contar com milhares de postos espalhados em locais estratégicos do país. É só consultar a rede Mobi.E e facilmente encontrarás um posto perto de ti.

5. As baterias de carros elétricos demoram muito a carregar

É certo que os carregamentos lentos são os mais indicados para prolongar a vida útil das baterias dos carros elétricos, mas o tempo em que o veículo está estacionado pode ser aproveitado para carregar. Assim, se o fizeres enquanto vais às compras ou mesmo durante a noite, não sentes o tempo de carregamento. Além disso, sempre que for necessário, podes recorrer a postos de carregamento rápido e terás a bateria com carga suficiente em cerca de 30 minutos.

6. As baterias de carros elétricos são poluentes

É verdade que o fabrico das baterias implica o recurso a metais raros, que não podem ser descartados da forma convencional. Isto faz com a sua reciclagem seja mais difícil e dispendiosa, motivo pelo qual poucas pessoas o fazem. Contudo, muitas marcas recolhem as baterias usadas dos seus veículos e responsabilizam-se pela sua reciclagem, ao passo que outras reaproveitam-nas para outros aparelhos elétricos. Com o aumento de veículos elétricos a circular nas estradas, espera-se que os processos de fabrico se tornem gradualmente mais eficientes.

Últimas novidades em baterias para carros elétricos

Maior autonomia, carregamento mais rápido e uma pegada ambiental reduzida – este é o futuro das baterias elétricas.

Baterias de estado sólido

As baterias de estado sólido são uma das tecnologias mais esperadas no setor automóvel. Estas baterias utilizam um eletrólito sólido em vez de líquido, o que promete várias vantagens. Desde logo, têm uma densidade de energia muito superior, o que significa que podem armazenar mais energia no mesmo espaço. Isto traduz-se diretamente em maior autonomia. Além disso, a estrutura sólida das baterias torna-as mais seguras, uma vez que reduzem o risco de incêndios provocados por fugas de eletrólito ou curto-circuitos internos.

Outra vantagem é a possibilidade de carregamento ultrarrápido. As baterias de estado sólido podem ser carregadas de forma bastante mais rápida do que as baterias de lítio convencionais, o que ajuda a resolver um dos grandes desafios da adoção em massa de veículos elétricos: o tempo de espera nos postos de carregamento. Embora ainda existam alguns obstáculos a superar, como os custos de produção, muitos fabricantes de automóveis esperam começar a utilizar baterias de estado sólido nos próximos anos, sendo apontado 2025 como o ano em que poderemos ver esta tecnologia em alguns modelos de produção.

Baterias de lítio-ar

As baterias de lítio-ar têm estado na mira da investigação, devido à sua densidade energética extremamente alta. O princípio de funcionamento destas baterias é bastante inovador: em vez de dependerem de compostos sólidos ou líquidos para as reações químicas, utilizam oxigénio do ar como reagente, o que lhes confere uma vantagem significativa em termos de leveza e capacidade de armazenar energia.

O grande atrativo das baterias de lítio-ar é que, teoricamente, podem oferecer uma densidade energética até dez vezes superior à das baterias de iões de lítio atuais. Para os carros elétricos, isto significa uma autonomia muito maior. Embora o conceito seja extremamente promissor, as baterias de lítio-ar ainda enfrentam alguns desafios técnicos, como a instabilidade química das reações que ocorrem durante os ciclos de carga e descarga, e o processo de recarga, que ainda precisa de ser aperfeiçoado para garantir que o ciclo completo de formação e decomposição de peróxido de lítio seja eficiente e duradouro. Contudo, muitos investigadores estão a trabalhar para resolver esses problemas, e algumas melhorias recentes sugerem que as baterias de lítio-ar podem estar mais próximas de se tornarem viáveis comercialmente nos próximos anos.

Baterias de grafeno

Embora ainda estejam em fase de investigação, as baterias de grafeno são vistas como uma das inovações mais revolucionárias a caminho. O grafeno é um material composto por uma única camada de átomos de carbono, com propriedades únicas que permitem uma condução elétrica excecional e uma elevadíssima resistência.

As baterias de grafeno prometem aumentar drasticamente a autonomia dos carros elétricos, reduzir significativamente os tempos de carregamento e melhorar a durabilidade. Algumas empresas já estão a fazer progressos nesta área, e espera-se que, nos próximos anos, o grafeno possa ter um papel central nas baterias de nova geração, substituindo ou complementando as tecnologias atuais.

Reciclagem e segunda vida das baterias

Com a crescente adoção de carros elétricos, é urgente saber o que fazer com as baterias quando atingem o final do seu ciclo de vida. Felizmente, têm surgido várias inovações em reciclagem e reutilização de baterias, o que promete reduzir o impacto ambiental e prolongar a utilidade dos materiais.

Uma das abordagens mais interessantes é a ideia de dar uma segunda vida às baterias. Mesmo quando já não são adequadas para usar em veículos, muitas baterias de lítio ainda mantêm uma parte significativa da sua capacidade. Estas baterias podem ser reutilizadas em sistemas de armazenamento de energia residencial ou para alimentar infraestruturas, como edifícios ou instalações comerciais.

Além disso, há cada vez mais investimento em tecnologias de reciclagem avançadas, que permitem recuperar até 95% dos materiais valiosos presentes nas baterias, como o lítio, o níquel e o cobalto. Este processo ajuda a reduzir a necessidade de extração de novos recursos, e também diminui o desperdício e a pegada ecológica dos veículos elétricos.

Novas tecnologias de carregamento sem fios

Outra área que está a evoluir rapidamente é a do carregamento sem fios, também conhecido por carregamento por indução. Embora esta tecnologia ainda esteja em desenvolvimento para carros elétricos, a ideia de carregar o veículo sem a necessidade de cabos físicos já está a ser testada. Basicamente, este processo usa campos magnéticos para transferir energia entre uma estação de carregamento e o carro, e que pode feito com o veículo em andamento, sem recurso a quaisquer cabos. 

A este respeito, vale a pena destacar a Arena do Futuro, um projeto inovador de estrada elétrica (Electric Road System, ERS) que visa carregar carros elétricos enquanto circulam, utilizando uma tecnologia chamada Dynamic Wireless Power Transfer (DWPT). Esta solução foi desenvolvida em Itália pela Stellantis em colaboração com outras empresas e instituições de pesquisa. Existem campos magnéticos ao longo da estrada que induzem eletricidade nos veículos que estão equipados com recetores. As bateria podem assim ser carregadas sem que o carro tenha de parar.

Elétricos com maior autonomia

A autonomia é uma das principais preocupações dos condutores ao considerar um carro elétrico, e felizmente há cada vez mais modelos a oferecer distâncias impressionantes com uma única carga.

Renault Scénic

O Renault Scénic tem uma versão com autonomia até 625 km. Este modelo é uma opção interessante para quem procura um carro familiar compacto sem comprometer a liberdade de movimento. O seu design funcional, com foco no espaço interior e tecnologias práticas, faz dele uma excelente escolha para famílias ou pessoas que necessitem de um carro prático para o dia a dia.

BMW i7 xDrive60

Para quem procura um veículo elétrico que seja sinónimo de luxo e tecnologia, o BMW i7 xDrive60 é uma opção irresistível. Com uma autonomia até 624 km, este modelo representa o que de melhor a engenharia alemã tem para oferecer. A berlina de luxo da BMW exibe elegância em cada detalhe e está recheada de tecnologia de ponta, como sistemas avançados de condução autónoma e entretenimento de última geração. O BMW i7 é ideal para aqueles que procuram um automóvel que combine prestígio e performance com a sustentabilidade dos elétricos – sem preocupações com o preço.

Volkswagen ID.7

O Volkswagen ID.7 é mais uma aposta da marca alemã no segmento dos carros elétricos. Este modelo destaca-se pela sua autonomia até 700 km, prático e eficiente para o uso diário, mas sem perder a capacidade de realizar viagens mais longas sem a ansiedade de ficar sem bateria. O design aerodinâmico, aliado à eficiência energética, faz com que o ID.7 seja uma das escolhas mais promissoras para quem valoriza a autonomia e o desempenho.

Hyundai IONIQ 6

O Hyundai IONIQ 6 representa o auge da evolução da marca sul-coreana no universo dos veículos elétricos. Com uma admirável autonomia até 777 km, este sedan é um dos automóveis elétricos mais eficientes do mercado. A Hyundai tem investido fortemente na tecnologia de baterias, e o IONIQ 6 é prova disso. Este modelo apresenta também um design futurista e funcionalidades de última geração, como sistemas de infotainment avançados e conectividade total. Para quem procura um elétrico com eficiência e estilo, o Hyundai IONIQ 6 é uma escolha que não dececiona.

Mercedes-Benz EQS Limousine

No topo da lista dos elétricos com maior autonomia está o Mercedes-Benz EQS Limousine, o pináculo do luxo elétrico. Com uma autonomia que pode chegar até aos 897 km, este modelo redefine o conceito de elegância e eficiência. A Mercedes-Benz combinou o melhor da tecnologia automóvel com um design sofisticado, criando um carro que, para além de impressionar pela autonomia, oferece ainda uma condução confortável e silenciosa. O EQS é ideal para quem deseja um veículo de alta gama que simboliza o futuro da mobilidade elétrica, sem comprometer o desempenho ou o luxo.

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