Fim dos carros a combustão? O que sabemos até agora

É oficial: a partir de 2035, só os elétricos serão vendidos na UE. Os carros a combustão vão ser banidos e nem os híbridos escaparam. Aqui está o que se sabe até agora.

Os carros a combustão têm os dias contados. A União Europeia decidiu acabar com a venda de carros a diesel e gasolina até 2035, numa acordo histórico entre o Parlamento Europeu e os Estados membros. Mas a decisão não foi unânime e parece haver uma exceção. Descobre tudo o que já sabe sobre o fim dos carros a combustão e qual o impacto que esta medida terá na tua vida.


Carros a combustão: o princípio do fim?

Os Estados-Membros da União Europeia votaram e ratificaram. Está formalmente aprovada a proibição da venda de carros novos a gasolina ou a gasóleo na União Europeia a partir de 2035. Pascal Canfin, presidente francês da Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu, anunciou o fim há muito anunciado dos carros a combustão.

Em 2035, já não vais poder comprar um carro novo movido a gasolina ou a diesel, nem mesmo um híbrido. Isto porque, apesar de os híbridos terem um motor elétrico, são também movidos a combustíveis fósseis. Por isso, nesta altura, só os veículos 100% elétricos podem estar em comercialização, sejam eles a bateria ou a célula de combustível a hidrogénio.

Contudo, a decisão não foi unânime. Contas feitas, o projeto recebeu 340 votos a favor, 279 contra e 21 abstenções. A maioria ditou o fim dos carros a combustão, seguindo o exemplo de outros países que já tomaram medidas nesse sentido. Foi o caso, por exemplo, dos EUA, que aprovaram uma lei semelhante na Califórnia, fazendo-se posteriormente seguir por outros 15 estados.

Há ainda um passo intermédio que é importante conhecer, e que foi tomado para facilitar a transição para a mobilidade 100% elétrica. Os fabricantes de novos carros vendidos a partir de 2030 terão de atingir uma redução de 55% nas emissões de CO2 em relação aos níveis de 2021. Já as carrinhas podem baixar apenas 50%.

Esta decisão ainda não é uma lei, mas, na prática, é como se fosse, uma vez que faltam apenas etapas burocráticas que não impedem a sua aplicação. Contudo, é importante lembrar que estas normas não proíbem a circulação, apenas a venda, e circunscrevem-se a carros novos. Por isso, se comprares um carro novo a combustão em 2034, podes continuar a conduzi-lo até quando quiseres, e vais continuar a ver carros a combustão no mercado dos usados. Previsivelmente, nesta altura, os preços dos carros usados irão cair e os custos de manutenção deverão subir.


O fim dos carros a combustão é para todos?

O fim dos carros a combustão é para… quase todos. O Parlamento Europeu condescendeu em criar uma exceção à regra para os fabricantes de automóveis com um baixo volume de produção, ou seja, menos de 10.000 veículos por ano. Estes têm mais um ano para se tornarem 100% elétricos (apesar de se ter falado de uma prorrogação de cinco anos), e também não têm de cumprir o objetivo intermédio de emissões fixado para 2030. Contudo, quem fabricar menos de 1.000 unidades por ano, fica completamente isento desta regra.


Quem beneficia com o fim dos carros a combustão?

Foram vários os líderes mundiais que aplaudiram a decisão histórica. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, congratulou o acordo alcançado e classificou-o como essencial para “impulsionar a inovação e a liderança industrial e tecnológica” da Europa.

No geral, a decisão foi bem recebida. Com o fim dos carros a combustão, é dado um passo com real impacto na eliminação das emissões de carbono até 2035. Afinal, os carros ligeiros de passageiros são responsáveis por cerca de 12% das emissões globais de gases com efeitos de estufa. Não restam dúvidas que esta medida é fundamental para atingir a neutralidade climática em 2050, objetivo criado pelo Pacto Ecológico Europeu em 2019.


Quem sai prejudicado com o fim dos carros a combustão?

Poder-se-ia pensar que a indústria automóvel reagisse desfavoravelmente, mas o certo é que muitos fabricantes já estão neste registo há muito tempo. Várias marcas colocaram-se ao lado dos decisores políticos, tendo até já iniciado a transição para a mobilidade 100% elétrica. Muitas já descontinuaram a produção de carros a combustão, enquanto que outras reforçaram significativamente o seu investimento no fabrico de alternativas 100% elétricas, incluindo versões a hidrogénio. Outra coisa não seria de esperar de marcas com os olhos postos no futuro.

Por exemplo, o modelo mais vendido da MINI já é a versão elétrica. A Ford planeia ter a sua gama toda eletrificada em 2030. A Mercedes-Benz, Porsche, Audi e BMW já estão a implementar gamas de produtos 100% elétricos. Cerca de 40% das vendas da Volvo no ano passado foram de carros eletrificados. Renault e Peugeot dizem que vão ser apenas elétricas em 2030. Por isso, podemos dizer que as marcas já têm um posicionamento bem adiantado à retificação europeia, e o lado que poderia ter ficado lesado com esta decisão parece estar pronto para o desafio.

Além disso, o carregamento é cada vez menos um problema. Há atualmente um grande investimento na instalação de postos novos e mais rápidos, com um ritmo de crescimento impressionante. Por outro lado, os fabricantes estão a apostar em baterias que permitem autonomias superiores a 600 quilómetros, o que faz com que não seja necessário recorrer tantas vezes ao posto de carregamento.


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